| |
|
|
Vida nova
Ary Barroso - 2004-06-29
O verão prepara-se para entrar. As "sereias" e os "tubarões" preparam-se para sair. Nossas praias começam vida nova. As manhãs, nas areias de Copacabana, já tem outro aspecto. O colorido dos "maillots" e a grande variedade de barracas e chapéus-de-praia devolveram à mais bonita praia do mundo aquela movimentação alegre e policrômica, produto exclusivo do verão. Copacabana, no inverno, é triste, monótona, úmida, cinzenta, vazia. Ao sol ardente, é deslumbradora. Não só Copacabana. O Arpoador também possui sua estória. Se aquelas pedras falassem... E as dunas de Ipanema e Leblon? Aqueles "oásis" artificiais são assim como viveiros de sonhos e de amor. Copacabana é mais democrática. Não tem prevenção racial ou financeira. O Arpoador tem. Ipanema, nem tanto. Leblon, mais ou menos. O verão vem vindo. Vamos ver de novo, a carioca, beijada de sol, passar de branca a morena. E nas recepções elegantes vamos ver o magnetismo das marcas em "X" que as alças dos "maillots" imprimem nas costas queimadas das moças e das senhoras. E vão voltar os vestidinhos leves dos passeios vespertinos. Mais alguns dias e o Rio será melhor em tudo. Milagre que o sol realiza todos os anos e, em conseqüência do qual, pensamos menos em bobagens e mais na suprema ventura de podermos despertar das carÃcias das ondas inquietas, da proeza dos "jacarés" razantes e dos admiráveis passeios pelas ilhas. |
|
