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Ary Barroso - 2004-06-29

Em geral, não uso as noites de sábado. Muita gente. Muita confusão. Fico em casa vendo televisão ou jogando uma biriba suave. Ainda mais com chuva... O convidado de Arnaldo Nogueira para o "Falando francamente" era o Pessoa do turismo. Como não temos turismo desligamos o aparelho e fomos ver chover. Lembrei-me da chuvas de Ubá, quando eu era mocinho ainda. Quando chovia, as ruas ficavam vazias de gente e saturadas de barro. Do quintal vinha o ruído das goteiras no telhado da cobertura e aquele cheiro doce de manga madura. Minha tia tocava Chopin. Minha avó mastigava pé-de-moleque. As empregadas cachimbavam na cozinha esperando a hora de servir o mate queimado. E a chuva chovendo e eu filosofando. Ou pensando na última namorada. Hilda... Olga... Dolores... Lurdes... Branca.... Nem sonhava com o Rio de Janeiro! Nunca imaginava ser compositor! Me queriam advogado: "Dr. Ary Evangelista Barroso - Advogado". Eu me via no júri. "Senhores jurados. Meus constituinte..." Nisto passava o bondeco. Puxado a burros. Os bondes do Galdino Alvim! De cinqüenta em cinqüenta metros, rah! Fora da linha. Os passageiros apeavam. Mesmo com chuva. Eram guindastes auxiliares. Água na rua. Água nos burros. Água no cocheiro. Água nos passageiros. O bonde sumia na curva da "13 de maio" e a solidão tomava o seu lugar. E eu na janela. Como agora. Só que tem que a chuva carioca não nos sugere nada a não ser a esperança de que o Ribeirão beba toda essa água que São Pedro nos está mandando... E por falar nisso vou beber um White Label com soda. Depois... dormir.