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  De Ary | Sobre Ary

A Aquarela do Ary Barroso
José Amadio

Falta de respeito
Mister Eco

Disque "j" para lucrar


Ary Barroso, no espelho, à beira dos 60 anos, solo em tom maior
Reportagem de Souza Lima e Gervásio Batista

Os óculos - A gaita - No Tabuleiro da Baiana - Banho de ervas - Tentativa de resumo
Carlos Heitor Cony

Perdão ridiculariza
Herivelto Martins

Barão da Torre, com muita pressa
Leon Eliachar

A Ordem... Prossegue
Otávio Bevilacqua

 
 
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  A Ordem... Prossegue
Otávio Bevilacqua - 1963-00-00 - O Globo na Música

Nunca tivemos a menor dúvida sobre o aspecto perigosíssimo que, logo de início, pelo feitio da lei, assumiu a Ordem dos Músicos, votada tão levianamente e assim mesmo aprovada, no lusco-fusco do término de um governo. E não percamos mais tempo em declarar compreendermos as vantagens e, mesmo, a necessidade de uma organização sindical visando a proteção do músico.

Não nos enganamos, repetimos, e o mal vai se agravando dia a dia observando-se a intensidade crescente no fervor voraz da organização que em poucos meses, logo se tornou uma das organizações sindicais (?) mais ricas do Brasil, amontoando fortuna fabulosa, manejada sem o menor controle de qualquer tribunal de contas, mirim que seja. Nenhuma vantagem ainda surgiu para o músico extorquido. Ao contrário, só a criação de novas fontes de renda e empregos, daqui e dali, para tapar bocas. Bom, não se deve esquecer a promessa de um mausoléu para garantir defesa digna aos despojos da música nacional, que se pretende ver desaparecer brevemente..

Ultimamente, tem tomado vulto o caso do pagamento de taxas à Ordem. Estoura maior escandalo quando vem à baila a figura popular de Ary Barroso, considerado patrimônio nacional, condenado à não execução em todo o Brasil se com esta não se promover o alteamento, ainda maior, de um dos píncaros da cordilheira de dinheiro da Ordem, já perigosamente manuseado.

Ninguém pode ignorar que os direitos, autoral e editorial, são coisas respeitáveis justamente, e ao contrário, para garantir ao criador e lançador ao público, de alguma vantagem para seu trabalho de produção e lançamento de uma obra que, sem estes, só iria dar lucros a terceiros. Criar empecilhos ao compositor, entretanto, como no caso Ary Barrosa, é um crime contra a nação, não somente contra o produtor; o que só agora se tornou bem clara devido à popularidade da vítima. Todos aqueles envolvidos, de qualquer modo, em questões de música, o que devem fazer (caso o caráter do brasileiro ainda não esteja definitivamente perdido) é reagir; desobedecer, chamar, enfim, à ordem (não a Ordem) as autoridades para os criminosos abusos da direção da tal Ordem, sem direção legal, com regulanhento inconstitucional, baseado em lei da mesma categoria; manobrando dinheiro alheio, extorquido com ameaças, sem a menor satisfação sobre os destinos que lhe dá. E todo o mundo sabe quanto isto é perigoso!...
A quantia é incalculável... para os que estão fora.