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  De Ary | Sobre Ary

A Aquarela do Ary Barroso
José Amadio

Falta de respeito
Mister Eco

Disque "j" para lucrar


Ary Barroso, no espelho, à beira dos 60 anos, solo em tom maior
Reportagem de Souza Lima e Gervásio Batista

Os óculos - A gaita - No Tabuleiro da Baiana - Banho de ervas - Tentativa de resumo
Carlos Heitor Cony

Perdão ridiculariza
Herivelto Martins

Barão da Torre, com muita pressa
Leon Eliachar

A Ordem... Prossegue
Otávio Bevilacqua

 
 
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  Disque "j" para lucrar
- 1961-11-17 - Última Hora

No mercado fonográfico brasileiro não é difícil perceber que mais vale ser disc-jockey do que ser compositor. O disc-jockey recebe de vários compositores enquanto o compositor, quando recebe, só recebe pelas suas composições. Não quero acusar ninguém nem tampouco impor lucros aos compositores de valor, mas o bom senso aponta claramente que não é possível entre dez paradas de sucessos, fabricadas da maneira mais conveniente para o "disc-jockey", que gravações diferentes ocupem os primeiros lugares nas listas dos "mais vendidos". Qual o critério dessa "pesquisa" tão disparatada e de resultados tão desastrosos? Não posso conceber, por exemplo, que um Ary Barroso e um Dorival Caymmi entrem pelos corredores das rádios, com discos debaixo do braço, para implorar pros discotecários que programem seus lançamentos. Existe uma coisa que se chama dignidade artística e, infelizmente, esta fica em casa, sera lucros extraordinários. A partir de hoje, esta coluna está aberta para qualquer músico, compositor ou diretor de entidade musical para que exponham suas idéias e desabafem. E uma maneira de divulgar a boa música, os bons nomes e os verdadeiros valores. E preciso, de uma vez por todas, acabar com os cornerciantes que confundem notas musicais com notas propriamente ditas - umas e outras cada vez mais difíceis nos dias de hoje.