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  De Ary | Sobre Ary

Ary Barroso, criador de emoções
Paulo Coelho Netto

Ary, o chefe de família
Yvonne de Arantes Barrozo

O boêmio
Vicente Celestino

O outro
Flávio Rubens

Perfeição u'a mania
Joracy Camargo

O "porquê" do nome da filha de Ary Barroso
Joubert de Carvalho

O amigo
Mariuza Barrozo

Ary ao piano
H. D.

 
 
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  Ary ao piano
H. D. - 0000-00-00

Ary Barroso está ao piano tocando a sua música. Ligo o receptor ocasionalmente e vejo a figura do fabuloso criador de melodias curvado sobre o teclado. Ele toca à sua maneira sofrida, valorizando extraordinariamente cada frase. De repente, interrompe e volta-se para os telespectadores: conta como compôs "Tu", que se tornou uma das grandes criações de Silvio Caldas. O programa da TV adquire um tom íntimo. E Ary numa visita inesperada à casa da gente, trazendo o seu piano e a sua música, para conversar sobre ela. Os seus sambas, executados por ele, são às vezes mais expressivos que na execução de qualquer orquestra. Assim como acontece com o baiano Caymmi, que sozinho com o seu violão consegue ser sempre com "O Mar", por exemplo, melhor do que nas vozes e nos arranjos dos outros. A TV Tupi está oferecendo ao seu público uma chance que só o pessoal do rádio tem essa, de encontrar Ary ao natural, oferecendo a sua música como ele a sente. Tenho a impressão de que muita gente vai surpreender-se à medida que ele for executando velhos êxitos de todos os tempos. Decoradores de composições de Cole Porter e Jerome Kern vão "descobrir" que existe um Ary aqui mesmo na terra. Enquanto ele toca, alguém perguntará: "Mas isto também é dele?" A obra é extensa, senhores, vem de longe, là da marcha "Dá nela". O compositor está recordando "Rancho Fundo" (que se chamou primeiro "Grota Fonda" e tinha letra de J. Carlos, o caricaturista). Margarida Max lançou-o no teatro. Um dia Lamartine Babo foi ao Recreio, ouviu, gostou e escreveu a letra que o Brasil decorou. Depois, Ary diz: "Muita gente pensa que eu só faço samba, mas eu também tenho algumas valsas". E toca "Quero dizer-te adeus", que foi uma criação de Orlando Silva. O programa vai terminar. E é pena, pois continuaríamos a apreciá-lo por mais tempo. Passaram quase os trinta minutos e agora (21:55) o artista executa uma nova melodia, para a qual pede aos telespectadores um título. Nesses breves minutos de música bem brasileira, a TV teve, sem dúvida, o ponto mais alto de sua programação neste sábado.