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  Encontro com Ary
Eloy Dutra - 1953-11-16 - Correio da Noite

Ary Barroso leu para os telespectadores, no seu último programa "Encontro com Ary", na TV, a carta de um ouvinte que se assina Alcides de Fernandes, legítimo símbolo de uma época em que predominam os pombocas e peralvilhos, birbantes e safardanas. Os dizeres da carta justificam plenamente o célebre pensamento de Flaubert de que sá há uma coisa, que por não ter limites também, é igual ao Infinito: a estupidez humana.

Alcides de Fernandes é criatura que em matéria de sensibilidade ainda está na escala evolutiva dos brontosáurios As suas palavras, na missiva, revelam tal grosseria de sentimentos, uma falta tão grande de solidariedade humana, e um desconhecimento tão flagrante dos mais comezinhos princípios musicals, que chegamos a sentir por ele uma indizível e infinita ternura que se costuma sentir pelos débeis mentais, que, muitas vezes, fantasiados de espertos e engraçados, caminham dolorosamente pelas difíceis estradas da Vida.

Sr. Alcides Fernandes: - Não ligue o seu receptor para o programa "Encontro com Ary". A beleza das músicas e o ritmo vibratório das criações do grande compositor brasileiro, excitam a sua debilidade mental e o fazem pensar em pulgas, carnelos, rnacacos e carrapatos. Não ligue, pois, o seu aparelho para esse prograrna. Ele acabará aumentando a sua "desinteria musical", nome que o senhor sugeriu para a valsa anônima do Ary...