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Que juiz! Ary Barroso - 1956-01-07 - O Jornal
Há um juiz de direito nesta cidade que não reconhece ao compositor aquilo que a lei Ihe outorga a faculdade de dar preço e de fazer cobrar seu "direito autoral". Para esse juiz, a música que se toca num baile não tem preço, conquanto nenhuma orquestra toque essas músicas de graça. O clube paga casa, luz, telefone, bebidas, empregados, propaganda, músicos, etc., etc. Paga tudo, menos a música que é a coisa essencial. Para esse juiz, eu tenho de escrever um samba e "dar" esse samba aos clubes para os seus bailes. Pergunto agora a esse juiz: o clube vive de que? ou cobras de seus associados jóias, mensalidades e tÃtulos de "proprietários"? O clube, que é rico, paga tudo, menos direito autoral e o compositor, que é pobre, escreve suas músicas para que os clubes se divirtam. Ou para que esse juiz dance... sem pagar. Viva o Brasil! Vivôôôôô! Viva o juiz! Vivôôôôô! E morra de fome o compositor! Morra!
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