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  Há uma estrada Ionga que vai fugindo....
Ary Barroso - 0000-00-00

Há uma estrada Ionga que vai fugindo e se perdendo em um horizonte esmaecido; na chuva, êrma, percebe-se, esbatida, a silhueta de uma palmeira que dá ao conjunto ensombrado uma quase melancolia, ou melhor, uma suavidade triste de solidão. Nem um pássaro. Nem a mancha, leve que fosse, de uma pessoa. Nem sequer indício de vida. Nem uma choupana com o fumo tênue da chaminé espiralando para o céu. Nada. Só a estrada longa que vai fugindo, a silhueta da palmeira e, no afastado do último plano, muito além, o lilás do recorte de uma serra quase apagada na névoa das lonjuras…