Sobre a sua preferência pela música do trabalhador (s/ título)
Depoimento (s/ título)
Aos meus amigos de todas as horas... (s/ título)
Depoimento sobre os apertos iniciais da sua vida
Definindo a poesia
Sobre a sua ida ao estrangeiro
Adeus, Catarina!
Estou vivendo os melhores dias de minha vida,... (s/ título)
Estou realmente emocionado,... (s/ título)
Depoimento sobre a repercussão em sua cidade natal com relação ao título Grão-oficial do Mérito
Declaração ao regressar de viagem depois de 4 meses
Na buxa!
Dia cheio
Viagem de bonde
Carmen Miranda
Não consigo me lembrar, exatamente, como e quando conheci Carmen. (s/ título)

 
 
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  Às vezes, ali no Nice
Ary Barroso - 0000-00-00

Às vezes, ali no Nice, nós nos reuníamos para discutir as coisas mais variadas. Desde uma alteraçãozinha qualquer numa melodia até a situação política reinante naquela época. Mas uma coisa é certa: naquele tempo havia, de fato, uma competição artística entre os compositores. A preocupação era vencer pela beleza da música. E você vê que as músicas de quinze anos atrás possuem uma substância melódica. Quem é que não canta ainda "As Pastorinhas" de João de Barro e Noel Rosa; "Foi ela", de minha autoria; "Taí", do
Joubert de Carvalho; "Teu cabelo não nega", de Lamartine Babo? São músicas que resistem aos anos. Pertencem ao que se poderá chamar de período clássico da música popular brasileira. Não é por vaidade, mas isto está à vista de todos: uma composição que eu fiz nesse tempo - "Como vais você?" - acabou se transformando em ditado popular. Veja:

"Como vais voce?
Vou navegando,
Vou temperando,
Pra baixo todo santo ajuda,
Pra cima a coisa toda muda".

Os dois últimos versos ficaram sendo um dito popular, que gente ouve a cada momento. Não quero dizer que ficou por ser obra minha.