Sobre a sua preferência pela música do trabalhador (s/ título)
Depoimento (s/ título)
Aos meus amigos de todas as horas... (s/ título)
Depoimento sobre os apertos iniciais da sua vida
Definindo a poesia
Sobre a sua ida ao estrangeiro
Adeus, Catarina!
Estou vivendo os melhores dias de minha vida,... (s/ título)
Estou realmente emocionado,... (s/ título)
Depoimento sobre a repercussão em sua cidade natal com relação ao título Grão-oficial do Mérito
Declaração ao regressar de viagem depois de 4 meses
Na buxa!
Dia cheio
Viagem de bonde
Carmen Miranda
Não consigo me lembrar, exatamente, como e quando conheci Carmen. (s/ título)

 
 
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  O espirro
Ary Barroso - 0000-00-00

Espirrar, às vezes, é ótimo; outras vezes, horrível. Há caras que se transfiguram, que se retorcem, que se arreganham de tal modo nos prenúncios de um espirro, que chegam a fazer medo. Saber espirrar é uma arte. Pelo espirro, nem sempre, se conhece o nariz. Há narizes batatudos, vermelhões, ramificados de todo um sistema geográfico de veias, que espirram fininho, fininho. Há outros, delgados, gregos, impecáveis, serenos que, espirrando, lembram trompas guerreiras, fagotes, trombones de vara, bombos, enfim, toda uma escala cromática de instrumentos de... sopro. As mulheres, raramente, se deixam ver espirrar. Os homens não fazem cerimônia. E os espirros acompanhados de perdigotos? Coisa horrorosa! Os antigos achavam que espirrar era bom para descongestionar a cabeça. Então tomavam rapé. Que bom o espirro de rapé! Conheci um camarada que dava dezoito espirros assim de enfiada. Quando acabava, estava morto de cansado. O pior espirro é de "estrondo". É de amargar! Ca... taa... pimba! O caboclo chega até a tropeçar!