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  Prêmio TIM homenageia Ary Barroso
- 2003-06-23 - Estadão

O compositor Ary Barroso é o tema do show do Prêmio TIM de Música, hoje à noite, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. É a reedição do Prêmio Sharp, criado nos anos 80 pelo empresário José Maurício Machline para incentivar a produção fonográfica. São distribuídos 32 troféus a músicos que lançaram discos em 2002 e, para encerrar, estrelas da canção interpretam Ary Barroso, com arranjos de Wagner Tiso. No domingo, a Rede Globo exibe a festa, após o Fantástico, com direção de José Bonifácio Brasil de Oliveira, o Boninho.

O centenário de Ary Barroso em 2003 não é o motivo de o júri tê-lo homenageado. "Todo mundo gostou de seu nome e só depois nos lembramos da data redonda", conta Machline. Além de ouvir a obra do compositor, ele e sua equipe escutaram mais de 700 CDs lançados no ano passado. "Muita música boa não alcança o grande público porque o processo de divulgação da nossa música não é democrático."

O Prêmio está aí para corrigir a situação e abrange ampla gama da música brasileira. Entre os concorrentes há veteranos como Elza Soares e Jamelão, populares como Zeca Pagodinho, Nana Caymmi, Hermeto Pascoal e Maria Bethânia, e novatos como Tereza Cristina. Tem prêmio para rock, canção popular, MPB e samba, música instrumental e erudita, música regional e infantil, e ainda o júri popular, que escolhe o cantor e a cantora.

Jogadores e cronistas esportivos vão entregar os troféus aos vencedores.

O melhor de tudo será o show logo em seguida, com músicas de Ary Barroso e um roteiro que lembra o produtor e descobridor de talentos no rádio e locutor esportivo, apaixonado pelo Flamengo. O ator André Valli viverá Ary.

Duplas vão cantar os hits de Barroso selecionados e arranjados por Tiso.

Além de ambos serem mineiros e terem no piano seu instrumento, a música de Ary sempre rodeou a obra de Wagner, desde seu primeiro arranjo, nos anos 70, para Aquarela do Brasil, num show de Airto Moreira, Flora Purin, Robertinho Silva e do próprio Tiso, em Montreaux.

Tiso coloca Barroso no patamar de Tom Jobim e Villa-Lobos, seu ídolos. "É precursor do Tom na forma de encadear melodia e harmonia, um dos melhores que temos", se entusiasma o maestro, que vai tocar Aquarela do Brasil com Yamandú Costa. Além dos dois, tem Luiz Melodia e Zélia Duncan em Na Batucada da Vida, João Bosco com Rio de Janeiro, Ney Matogrosso e Paulinho da Viola em Pra Machucar Meu Coração e Mart'Nália e Alcione em É Luxo só.

Na televisão, o Prêmio TIM vai pegar palco e bastidores. "Será um misto de show e jornalismo", adianta Boninho. "Vamos mostrar alguns premiados, mas o programa vai centrar-se no show e nos seus bastidores." (B.C.S.)