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  De Ary | Sobre Ary

Ary Barroso, criador de emoções
Paulo Coelho Netto

Ary, o chefe de família
Yvonne de Arantes Barrozo

O boêmio
Vicente Celestino

O outro
Flávio Rubens

Perfeição u'a mania
Joracy Camargo

O "porquê" do nome da filha de Ary Barroso
Joubert de Carvalho

O amigo
Mariuza Barrozo

Ary ao piano
H. D.

 
 
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  O amigo
Mariuza Barrozo - 0000-00-00

Sempre senti por Ary Barroso uma admiração infinda. A maior mensagem que ele transmitiu ao povo de sua terra e, por que não dizer, de terras estranhas, foi de amor, de alegria, de fé e principalmente de sinceridade.

Emanava de seu coração uma fidelidade impressionante aos seus semelhantes. Não abrigava sentimentos mesquinhos e não sentia inveja por ninguém..

Como músico eu acho que foi formidável pelo fato de ter feito uma Aquarela do Brasil. Nesta melodia conseguiu retratar todo o espírito de brasilidade que tinha e, fazendo este hino à sua terra, que ele adorava, transmitiu para a pauta o sentimento do povo, seus costumes, tendo exprimido nestes compassos várias nuances do Brasil. Do Brasil brasileiro...

Era um homem que gostava da sua terra e da sua gente, de u\'a maneira tal, que tentou e conseguiu nesta música dizer TUDO que desejava, numa apoteose de civismo que é a AQUARELA.

Como homem, eu acho que tinha os seus defeitos, mas as qualidades eram tão marcantes que os suplantava.

Conheci o Ary Barroso diferente de todo o mundo, porque eu o conheci como PAI, e como pai foi o companheiro admirável e sobretudo foi o AMIGO.

Em suas viagens e passeios, acompanhava-o. Ia ao rádio, ao futebol, à praia e, principalmente quando tinha de viajar de avião, era eu quem lhe fazia companhia.

Quando cresci, tinha ciúmes dos rapazes que se aproximavam de mim, causando muita polêmica, dando sempre as suas eternas broncas. José, meu marido, conseguiu transpor esta barreira e tornou-se, além de genro, também um companheiro.

Sabia separar o homem da rua do homem de dentro de casa. A vida boêmia que levava, devido à necessidade de sua profissão, não o impedia de dedicar momentos à sua família. Tinha um jeito todo especial de brincar com as crianças. E os netos ficavam \"presos\" às histórias que ele inventava. Partindo muitas vezes de uma insignificancia, do nada, conseguia criar mil e um motivos de interesse para os pequeninos.

Dentro de casa era um pai normal, um pai severo, que armava uma atitude intransigente a fim de incutir-nos a importância da vida. Ensaiava carões fabulosos, mas nunca levava a efeito, porque o seu coração era muito bom.

E, como pai, dava tudo de si. Se pudesse viver as fases ruins que passávamos, tomando para ele as nossas dores, ele o faria. Ficava nervoso tentando amenizar nossos sofrimentos. Vibrava com as nossas alegrias. Enfim, \"viveu\" outra vez a sua infância, a sua juventude, conosco.

Esta é a grande admiração que eu tenho por ele, digo tenho porque para mim o papai não morreu, ficará eterno...